Os recifes de corais são reconhecidos globalmente como um dos ecossistemas mais complexos e importantes do ambiente marinho e encontram-se ameaçados por impactos globais como mudanças climáticas, acidificação dos oceanos, pesca predatória e impactos locais como desenvolvimento costeiro e turismo desordenado. Com 140 km de extensão, a costa paraibana abriga ecossistemas recifais de grande relevância para a economia local, particularmente para a pesca e turismo. Com o objetivo de averiguar a situação desse ecossistema em nível local, foram analisadas a cobertura bentônica de três regiões dos recifes costeiros da praia do Seixas. A coleta foi realizada no mês de julho, caracterizado por grande frequência de chuvas e turbidez na água. A amostragem utilizou o protocolo adotado pelas redes de monitoramento no Brasil (Point Intercept Transect). Os táxons mais frequentes foram cnidários, incluindo zoantídeos (42,7%), corais (20%); e macroalgas (16,7%). Dentre os corais, foram encontradas apenas duas espécies, Siderastrea stellata, e Favia gravida, espécies frequentes na costa brasileira. Em relação à saúde desses espécimes, foram analisadas a presença de doenças, branqueamento e mortalidade. Foram encontradas 16% de colônias branqueadas e 10% de mortas. Não foram observados padrões característicos de doenças em nenhuma das colônias amostradas. Apesar dos resultados indicarem baixa presença de branqueamento e doenças, o aumento do número de colônias afetadas é mais comum nos períodos mais quentes do ano, devido ao aumento da temperatura superficial da água. Além disso, a pequena amostragem realizada nesta pesquisa pode ter subestimado essa informação, assim como não permitiu localizar outras espécies que habitam o recife estudado. Este estudo representa uma pequena fração do ecossistema recifal do Seixas, sendo sugerido a ampliação desta pesquisa, com mais amostragens, além do monitoramento das espécies de corais para acompanhar a saúde do ecossistema como um todo.

Palavras-chave: Recifes costeiros. Comunidade bentônica. Biodiversidade. Seixas.