Última alteração: 2023-10-23
Resumo
1 Introdução
Segundo a Embrapa, o solo é resultado de um paciente trabalho da natureza. Partículas (minerais e orgânicas) vão sendo depositado em camadas (horizontes) devido a ação da chuva, do vento, do calor, do frio e de organismos (fungos, bactérias, minhocas, formigas e cupins) que vão desgastando as rochas de forma lenta no relevo da terra. O solo fornece nutrientes essenciais para as nossas florestas e lavouras,filtra a água e ajuda a regular a temperatura e as emissões dos gases de efeito estufa.O avanço dos problemas ambientais tem permitido que o ser humano perceba que o mau uso do solo tem prejudicado o equilíbrio dos recursos da natureza. É , portanto, urgente a busca por medidas de uso agrícola e não agrícola menos agressivas ao meio ambiente, capazes de proteger os recursos naturais e possibilitando a durabilidade de sua permanência A degradação do solo resulta de processos naturais que podem ser induzidos ou utilizados pelo homem. O processo de degradação dos solos produz a deterioração da cobertura vegetal, do solo e dos recursos hídricos. Através de uma série de processos físicos, químicos e hidrológicos essa deterioração provoca a destruição tanto do potencial biológico das terras quanto da capacidade das mesmas em sustentar a população a ela ligada . De acordo com o mesmo autor, o Plano Nacional de Combate à Desertificação (PNCD) do Brasil considerou que a grande maioria das terras suscetíveis à desertificação se encontram nas áreas semiáridas e subúmidas do Nordeste. A quantificação dessas áreas mostra que cerca de 181.000 Km2 (o que corresponde a aproximadamente 20 % da área semiárida da região Nordeste), se encontram em processo de desertificação. Neste contexto, as áreas semiáridas do Brasil representam desafio para o aumento da produtividade e a melhoria dos recursos naturais devido às suas características de incertezas nas precipitações pluviométricas, fertilidade dos seus solos e pressões populacionais em ambiente tipicamente frágil.
2 Materiais e Métodos
O trabalho será desenvolvido em áreas degradadas internas ao IFPB - Campus Princesa Isabel, localizado na Rodovia-426, S/N - Zona Rural, BR-426,S/N - Zona Rural, Princesa Isabel - PB, 58755-000, Mesorregião do Sertão Paraibano. O trabalho será conduzidos nas seguintes etapas:
Definição da área a ser estudada dentro do Campus IFPB - Campus Princesa Isabel: O grupo participante da pesquisa definiu após observação e identificação das áreas degradadas do Campus, a área a ser estudada, levando em consideração a facilidade de acesso e de realização da pesquisa sem influências externas.
Identificar espécies nativas do sertão paraibano: Foi realizado estudo bibliográfico e pesquisa de campo na área do Campus para identificação das espécies nativas da região que poderiam ser utilizadas como fração de folhas de serrapilheira. Após pesquisas as plantas implantadas foram o Ipê-roxo (Handroanthus impetiginosus) e o Mulungu (Erythrina verna).
Análise de inicial do solo: Foi feita a coleta e análise inicial do solo (física e química) para identificar condições do mesmo, antes da intervenção.
Coleta de fração de folhas de serrapilheira com espécies nativas: Foi realizada a coleta de folhas das espécies nativas da região de forma manual, para a formação da fração (camada de folhas) a ser aplicada sobre o solo para formação da serrapilheira.
Aplicação da fração de folhas de serrapilheira em parte do solo degradado: Foi realizada a aplicação da camada de folhas coletadas sobre o solo a ser pesquisado, mantendo duas áreas de estudo, onde uma área será com aplicação da fração de folhas e a outra se manterá com o solo nas condições em que se encontra. A aplicação será realizada de forma manual, diretamente no solo a ser estudado.
Plantio de espécies nativas (solo com e sem a aplicação da fração de folhas): Nesta etapa foi realizado o plantio de mudas de plantas nativas da região, nas duas áreas de solo para que seja possível verificar o desenvolvimento das mesmas nas duas condições (solo com e sem aplicação de fração de folhas).
Análise do solo (com e sem aplicação da fração de folhas):
Foi feita a coleta e análise do solo (física e química) nas duas áreas de estudo (com e sem a aplicação de fração de folhas). Nesta etapa foi realizada a verificação do crescimento e desenvolvimento das mudas plantadas nas duas áreas de estudo (com e sem a aplicação de fração de folhas).
3 Resultados e Discussão
Com a proposta de recuperação de áreas degradadas, os resultados obtidos no crescimento das mudas com o uso da serrapilheira, foi extremamente satisfatório. A Figura 1 mostra a implantação da muda ipê-roxo (Handroanthus impetiginosus).
Figura 1: Introdução da muda de ipê-roxo
O objetivo inicial da recuperação de áreas degradadas de acordo com Campello (1996); Dias e Griffith (1998); Reis, Zamboni e Nakazono (1999) é proteger o solo com vegetação a fim de interromper os processos de degradação. No presente estudo, tal objetivo foi alcançado com sucesso, sendo ainda complementado com a revegetação natural, que ocorreu de forma intensa. A Figura 2 mostra folhas da serrapilheira.
Figura 2: Folhas da serrapilheira
- 4. Considerações Finais
A construção do presente estudo buscou analisar e aproveitar as informações descritas por vários autores que focam a recuperação de áreas degradadas, implantando uma pesquisa que consistiu na integração de diversas técnicas.
Referências
CAMPELLO, E. F. C. Papel de Leguminosas Arbóreas Noduladas e Micorrizadas na Recuperação de Áreas Degradadas – Parte II. In : RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS – CURSO DE ATUALIZAÇÃO (3. : 1996 : Curitiba). Anais... Curitiba : UFPR, 1996. p. 09-15.
DIAS, L. E.; GRIFFITH, J. J. Conceituação e Caracterização de Áreas Degradadas. In : Recuperação de Áreas Degradadas. Viçosa (MG) : Luiz Eduardo Dias e Jaime Wilson Vargas de Mello, 1998. p. 1-7.
REIS, A.; ZAMBONIN, R. M.; NAKAZONO, E. M. Recuperação de áreas florestais degradadas utilizando a sucessão e as interações planta-animal. Série Cadernos da Biosfera 14. Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. Governo do Estado de São Paulo. São Paulo, 1999. 42 p.