Eventos Acadêmicos do IFPB, 5º Simpósio de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação

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AS VARIANTES LINGUÍSTICAS DO TERMO “EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA” E AS CONSEQUÊNCIAS DE SEUS USOS NO PERÍODO PÓS-PANDEMIA
LAFAYETTE BATISTA MELO

Última alteração: 2023-11-26

Resumo


O texto aborda a profusão de variantes linguísticas do termo "educação a distância" durante a pandemia da COVID-19 e as consequências de seus usos no período pós-pandemia. O objetivo central da pesquisa é compreender como não linguistas trataram essa variação de termos, defenderam suas posições e quais aspectos conceituais trouxeram para suas discussões.

Durante a pandemia, houve uma intensa discussão sobre os termos a serem utilizados na área da educação, incluindo a escolha entre "educação a distância" e "ensino remoto". Além disso, novos termos surgiram, como "ensino remoto emergencial", "educação por aproximação digital" e "ensino híbrido", refletindo a necessidade de adaptação das instituições de ensino ao distanciamento social. Essas discussões foram abordadas por diversos autores, como Ali (2020), Castro Fernandes (2021), Hodges et al. (2020), Moreira e Schlemmer (2020), Saldanha (2020) e Squaiella et al. (2020).

A pesquisa se baseia na ideia de que essas discussões se enquadram nos critérios da Linguística Popular, pois foram lideradas principalmente por não linguistas, tratam a linguagem como objeto e circulam em contextos específicos, como definições e glossários. Além disso, a pesquisa se insere nos estudos discursivos sob a ótica dos estudos da Linguística Popular, buscando compreender as análises, defesas, aplicações e manipulações da língua por parte da população e de estudiosos de diferentes áreas.

A fundamentação teórico-metodológica da pesquisa inclui a contribuição de Achard-Bayle (2019) para a exposição da Linguística Popular, destacando aspectos epistemológicos, teóricos, representacionais e práticos. Os não linguistas muitas vezes adotam uma perspectiva pragmática, enfatizando a importância da acessibilidade e compreensibilidade dos termos.

Paveau (2018) propõe uma abordagem não eliminativista da linguística, que permite a coexistência de variações linguísticas válidas, dependendo do contexto e dos objetivos comunicativos. As diferentes posições dos não linguistas em relação à linguagem incluem descritivas, prescritivas, intervencionistas e militantes.

A pesquisa utiliza uma metodologia de busca no Google e Google Acadêmico com termos-chave como "educação a distância" e "ensino remoto", bem como variações desses termos. Os resultados incluem análises de diversos autores, como Saldanha (2020), Moreira (2020), Castro Fernandes (2021), Joye (2020), Will (2021) e Mattar (2022), que discutem as implicações e nuances dos termos relacionados à educação durante a pandemia.

Os resultados apontam para uma profusão de variantes linguísticas desses termos, refletindo as mudanças rápidas ocorridas no ensino devido à pandemia. As posições dos debatedores variam entre descritivas, prescritivas e intervencionistas, e os aspectos conceituais também são amplamente debatidos.

A pesquisa destaca a importância de direcionar as discussões dos não linguistas com embasamento linguístico-discursivo efetivo, pois as mudanças no ensino continuarão a ocorrer no período pós-pandemia. As variantes linguísticas podem desacelerar, mas ainda refletem características próprias desse novo contexto educacional.


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